A chance de isso acontecer é grande, principalmente se a
refeição for rica em gordura, que leva mais tempo para ser digerida, e a
criança for para a cama logo depois de comer. Durante o sono, o organismo
funciona mais lentamente e isso inclui a digestão. O estômago, então, fica mais
pesado e chega a incomodar. "Já uma refeição com baixo teor de gordura
leva pelo menos duas horas para ser digerida", afirma Ary Lopes Cardoso,
do Instituto da Criança do Hospital das Clínicas, em São Paulo. "Após
esse período a criança pode se deitar tranqüilamente", completa o médico.
É verdade que
alimentos crus e duros ajudam a desenvolver a musculatura infantil?
"Sim, eles
estimulam a mastigação, fortalecendo os músculos da boca e facilitando a
fala", diz Renata Cocco, pediatra da Unifesp. Quando introduzir a sopa na
dieta do bebê, em vez de bater os ingredientes no liquidificador, experimente
passá-los na peneira. Depois que seu filho estiver mais crescido, amasse os
alimentos com um garfo para que possam ser mastigados. E, assim que alguns
dentes tiverem nascido, ofereça alimentos crus, como a cenoura e a maçã, em
pequenos pedaços — esta última dica, aliás, vale para a alimentação do resto da
infância e da adolescência.
O leite de soja pode
substituir o de vaca?
"Sim, se o
problema for intolerância à lactose", explica Renata Cocco. "Se não,
o de vaca é melhor, porque tem mais cálcio." É bom saber, ainda, que um
grupo de proteínas do leite de vaca, as caseínas, pode provocar reações como
urticária. Por isso, em caso de dúvida, consulte o pediatra. Só ele pode
recomendar o tipo de leite mais adequado para a alimentação do seu filho.
Quantas vezes por
semana doces e refrigerantes podem entrar no cardápio do meu filho?
Depende. "Se a
criança estiver acima do peso, ofereça duas porções de desses itens por
semana", recomenda a nutricionista Priscila Maximino, da Nutrociência, em São Paulo. Mas , se
ela não vive em pé de guerra com a balança, três porções semanais estão de bom
tamanho. "Esses alimentos devem ser oferecidos com muito mais parcimônia
em caso de colesterol ou triglicérides altos ou mesmo hipertensão",
completa.
Crianças de qualquer
idade podem comer frutos do mar?
"De jeito
nenhum. Por uma questão de segurança, espere que complete 2 anos", orienta
Priscila Maximino. Os principais riscos são a intoxicação alimentar e as
alergias. É bem verdade que cozinhar ou assar esse tipo de alimento diminui o perigo,
mas, como seguro morreu de velho, é melhor esperar um pouco para incluir os
itens na alimentação infantil.
Café faz mal para os
baixinhos?
A bebida não é das
mais indicadas, porque a cafeína pode deixar a criança agitada. "Porém,
uma xícara pequena de café puro por dia não faz mal a ninguém", afirma o
pediatra Ary Lopes, para alívio das mães que não abrem mão do pretinho misturado
com o leite. Se você já ouviu dizer que ele prejudica a absorção de cálcio,
saiba que não há razão para se preocupar. "A quantidade de cafeína
presente em um copo de café com leite é tão pequena que não interfere na
retenção do mineral pelo organismo", esclarece o nutrólogo e pediatra
Mauro Fisberg, da Universidade São Marcos, em São Paulo.
Suco de beterraba
acaba com anemia?
Não. Uma xícara de
beterraba ralada possui, pasme, apenas 0,8 miligrama de ferro. "A criança
anêmica tem que consumir todo santo dia 5 miligramas do mineral para cada quilo
de peso, durante três meses", explica o pediatra Ary Lopes Cardoso. Já um
bife pequeno de fígado tem, em média, 8,5 miligramas desse nutriente.
A carne vermelha é
essencial para a criança crescer saudável?
"Sim, ela é uma
importante fonte de proteínas, gordura, ferro e zinco", confirma a médica
Roseli Sarni. Contra anemia, ela é imbatível. Está lotada do chamado
ferro-heme, ou ferro orgânico, que é muito mais bem aproveitado pelo corpo do
que o mineral presente nos vegetais. Segundo a especialista, a anemia afeta
mais de 40% das crianças em idade pré-escolar no Brasil. Por isso a carne
vermelha deve ser consumida ao menos três vezes por semana, de preferência
acompanhado de uma fonte de vitamina C, como a laranja, para aumentar a
absorção do ferro. O frango e o peixe são bons substitutos, mas, fique sabendo,
não contêm a mesma concentração do tal ferro-heme.
Vale a pena incluir
aqueles pós multivitaminados na alimentação dos meus filhos?
"Esses pós devem
ser ingeridos como complementos da alimentação só se a criança apresentar
déficit de nutrientes ou estiver abaixo do peso.", diz Mauro Fisberg. Eles
são indicados principalmente quando é necessário aumentar o aporte de calorias,
vitaminas ou sais minerais no organismo. O ideal é que esse tipo de suplemento
seja utilizado sob a orientação de um nutricionista, já que é muito calórico.
Nenhum comentário:
Postar um comentário